VEREADOR HILTON MARQUES:: “Vacina não pode ficar no estoque, tem que estar no braço do cidadão”
Por Bruno Gabaldi (Jornal de Jales)

Na semana que passou, a cidade recebeu a notícia de que Jales pode perder cerca de mil vacinas contra a Covid-19. A revelação foi feita pelos vereadores Hilton Marques (PT) e Carol Amador (MDB) durante sessão da Câmara Municipal na segunda-feira, dia 14 de junho.
Hilton Marques explicou ao Jornal de Jales que foi comunicado da perda de vacinas ainda na sexta-feira (11). No dia seguinte (12), foi realizada uma reunião extraordinária com a secretária municipal de Saúde, Nilva Gomes Rodrigues de Souza, que confirmou o fato e explicou que as mil vacinas Coronavac, que chegaram ao município em 19 de maio, sofreram alteração de temperatura após a geladeira que fazia o armazenamento ter sofrido uma sobrecarga de energia.
“Estamos sujeitos a contratempos técnicos. Porém, o que mais chamou minha atenção foi a quantidade de vacinas estocadas. O Governo do Estado diz que Jales recebeu 33.609 vacinas até no dia 14 de junho e vacinou pouco mais de 25 mil, ou seja, no município existem cerca de 8 mil vacinas paradas. O valor, conferindo aquilo que o Estado informa, está entre R$350 mil a R$500 mil, e ainda estocadas em um lugar não seguro.
O vereador ainda manifestou que “Jales passou da hora de ter seu plano de imunização e andar com suas próprias pernas. Cidades como Marinópolis, Birigui, Rio Preto e entre outras já estão vacinando lactantes (mulheres que estão no período de amamentação). É importante que o município encare isso e proponha ações em relação ao plano nacional de imunização e, assim, criando o seu plano municipal de vacinação. A vacina tem que estar no braço e não em estoque”.
O QUE DIZ A PREFEITURA
De acordo com Renata Rachieli, enfermeira responsável pelo setor de imunização, além das vacinas da Covid-19, outros imunizantes também foram afetados por estarem no mesmo refrigerador.
Ainda de acordo com ela, as vacinas estão sendo analisadas pelo Instituto Butantan, o qual vai avaliar se ainda podem ser aplicadas ou não. O Grupo de Vigilância Epidemiológica – GVE de Jales e a Divisão de Imunização também foram comunicados diante da pane da geladeira que foi constatada no dia 6 de junho.
“Não foi uma falha humana, foi falha técnica. Nós temos quatro refrigeradores de vacina no setor e apenas um deu problema. Estamos investigando se foi problema na geladeira ou na rede elétrica, mudamos para um novo prédio a pouco tempo. Garantimos que a população não foi prejudicada. Estamos buscando soluções para sanar esse problema, para que não ocorra novamente”, ressaltou Renata.
ESTOQUE
Em relação ao estoque de vacinas evidenciado pelo vereador Hilton Marques, a enfermeira Renata explica que os motivos para que tenha esse número considerável de vacinas em estoque é a não aceitação da imunização da própria população.
Segundo ela, na fila de vacinação existem pessoas que exigem o laboratório de sua preferência e se recusam a receber aquela disponível no dia. “Outras duas questões para esse fato estar acontecendo é que alguma parte dos próprios munícipes não querem tomar a segunda dose, porque foram orientados, até por médicos, a não receberem de determinado laboratório. Além disso, pessoas faltosas que ainda não tomaram nem a primeira nem a segunda dose”, evidenciou.
A enfermeira Renata também informou que a chegada de vacinas extras no final do mês de maio em Jales, foi por solicitação da Secretaria de Saúde para auxiliar na vacinação de pessoas agendadas.
Sobre a questão do plano municipal de vacinação, Renata Rachieli disse que a prefeitura não tem autoridade em decidir qual grupo deve ser vacinado e que devem seguir o plano do Estado de São Paulo e do Ministério da Saúde.
“As doses que estão em estoque suprem a necessidade de vacinação quando a gente segue o cronograma do governo estadual. Estamos solicitando ao GVE de Jales qual grupo poderemos vacinar com essas doses em estoque, visto que as pessoas contempladas não estão buscando pela vacina disponível”, finalizou a enfermeira Renata.
