Pandemia, incertezas e preocupações

Em meio a uma Pandemia, algo inimaginável há pouco mais de um ano, estamos vivendo um tempo de muitas incertezas, que podem e devem ser respondidas por nossas autoridades em todas as esferas de governo — Federal, Estadual e, principalmente, Municipal, que é o espaço onde as coisas, de fato, acontecem.

Diante do caos instalado em nossas redes de saúde, com falta de leitos de enfermaria e principalmente com falta de leitos de UTIs, deveríamos ter ações para amenizar toda essa angústia vivida, em especial em relação àqueles pacientes que estão perdendo suas vidas à espera de uma vaga na terapia intensiva.

Neste momento, apesar de ser a nossa principal preocupação bloquear a contaminação com medidas mais drásticas de afastamento e isolamento social, é preciso reconhecer que estamos vivendo um momento de muitas dificuldades em nosso setor produtivo, em especial no comércio, onde estamos presenciando um total desespero de nossos pequenos e médios comerciantes que não conseguem mais sobreviver diante das restrições impostas pelas várias esferas de governo.

Apenas como forma de resgatar alguns acontecimentos que julgamos importantes para uma análise deste momento, temos um governo que nega a ciência, que criticou as vacinas, deixou de fechar pré-contratos para a aquisição delas, como revelado recentemente com a Pfizer, onde seriam adquiridas 70 milhões de doses, isso em agosto do ano passado, ou seja, não demonstrou preocupação em realizar uma vacinação em massa de forma mais ágil.

Ao lado da ineficiência na aquisição e gestão da vacina, vê-se que a retirada do auxílio emergencial foi cruel com os mais vulneráveis da população. Esse benefício deveria ter continuidade, para amparar as famílias e para garantir um consumo mínimo, mantendo assim a circulação de capital em nosso comércio, ele deve retornar em abril graças a atuação de parlamentares comprometidos com os mais vulneráveis, apesar de que será em um valor mais baixo, conforme divulgado pela imprensa.

Não adianta o governo Estadual decretar lockdown, se o governo municipal não efetivar a fiscalização de forma eficiente em todas as situações e em todos os locais. Na verdade, parece-nos que a única fiscalização é sobre o comércio, que está à beira do abismo, com fechamento de muitas pequenas empresas por falta de uma política pública que as ampare ou as auxilie a atravessar este difícil período de pandemia. As restrições impostas e a fiscalização dura sobre o comércio tornam-se insustentáveis na medida em que eventos acontecem a olhos vistos em chácaras e outras localidades.

Perante a situação do nosso município é necessário apresentarmos alguns questionamentos para nossa Administração Municipal: quais são as ações implementadas pelo Secretário Municipal de Saúde diante da pandemia? Quais são as parcerias realizadas entre o Poder Público Municipal e as instituições de saúde instaladas em Jales? Quantas pessoas foram contratadas e treinadas para contribuírem com as ações de combate a pandemia em nosso município?

Todas essas perguntas são plenamente justificáveis, uma vez que mais de 5 milhões de reais chegaram aos cofres públicos de nossa prefeitura para auxiliar no combate a essa terrível calamidade. Precisamos saber o que de fato está sendo feito com esse dinheiro, que é público, para combater esse caos instalado.

Pergunta-se: não seria possível a utilização desse montante em programas municipais para propiciar maior prevenção e fiscalização no combate a essa doença? Não seria possível a utilização desses recursos, ou de recursos próprios, em programas de auxílio aos nossos pequenos comerciantes que fazem girar a economia de nosso município e, principalmente, geram empregos aos nossos cidadãos e cidadãs? Será que esse dinheiro todo está sendo reservado para a aquisição de vacinas, atendendo ao lobby e aos interesses dos grandes laboratórios? Vale à pena economizar nesse momento diante de tantas mortes? Com a palavra o Senhor Prefeito Municipal.

 Luís Especiato (Professor/Diretor de Escola)

 Hilton Alessandro Marques de Oliveira (Vereador)